A internet via satélite demonstra seus benefícios ao fornecer conexão com a rede mundial em áreas remotas e de difícil acesso, permitindo que habitantes de regiões sem cobertura tenham acesso à informação, contudo, essa é apenas uma das formas em que a tecnologia pode estimular o desenvolvimento de variados setores.
Dados recentes do Instituto Interamericano de Cooperação para Agricultura (IICA) apontam que cerca de 13 milhões de brasileiros vivem em zonas rurais sem cobertura de sinal, dificultando sua integração na sociedade e criando um obstáculo para o desenvolvimento da educação, saúde e outras áreas no país.
Nos locais em que não há sinal de rede móvel, satélites na baixa órbita do planeta trabalham para garantir diversos benefícios ao setor de telecomunicações do Brasil. Operadoras nacionais estão se esforçando para levar essa tecnologia às regiões isoladas do país, a fim de superar os limites dos métodos de cabos e antenas terrestres.
Esse investimento permite que alunos tenham melhor acesso à informação em escolas localizadas em regiões sem cobertura de sinal e proporciona mais oportunidades de trabalho remoto, além de beneficiar pessoas com recursos de saúde — como consultas on-line e diagnóstico remoto — que antes exigiriam a locomoção para centros urbanizados.
A atuação da internet via satélite está se expandindo para diferentes setores do país, e um dos que mais contribuíram para o crescimento da tecnologia é o agronegócio. Um exemplo de aplicação desse recurso é o monitoramento de rebanhos de gado, permitindo acompanhar o histórico e saúde dos animais, além de otimizar o processo de produção de leite.
Uma área tecnológica que está diretamente ligada ao agronegócio e também é beneficiada pela rede via satélite é a Internet das Coisas (IoT), que alimenta máquinas inteligentes e processos automatizados que podem ser monitorados facilmente pelo agricultor, além de fornecer informações cruciais de telemetria, clima e outros fatores de produção.
Para garantir a qualidade dos serviços, empresas de telecomunicações avaliam integrar o 5G com as redes NTN (Non-Terrestrial Network ou “rede não terrestre”, em tradução livre). Isso permitiria que os sistemas de hardware voltados para a rede móvel de quinta geração pudessem se comunicar de maneira fluida com satélites.
Além disso, várias empresas estão realizando experimentos para transmitir o sinal do 5G via satélite. Exemplos de companhias que flertam com esse conceito incluem a Lynk Global, que já testa esse sistema em diferentes continentes em um total de 12 países; e a Ericsson, que pretende aplicar o “5G NTN” em parceria com a Qualcomm e Thales.
Apoiado pelo 3GPP, consórcio que padroniza as redes móveis, o 5G NTN será uma especificação de grandes capacidades e aplicações em todo o mundo. A rede terrestre promete grandes inovações, mas sua ampliação a nível global através de satélites promete eliminar as barreiras impostas pela região em que o usuário reside.
Embora várias empresas tenham planos para fornecer serviços de internet via satélite, como a Amazon e a OneWeb, um dos nomes que se destacou nesse segmento é a Starlink, da SpaceX, empresa de serviços espaciais fundada por Elon Musk, embora seus custos de operação não sejam tão acessíveis quanto às tecnologias mais populares do mercado.
Já disponível no Brasil com preços a partir de R$ 184/mês — além do custo de equipamentos que parte de R$ 2 mil —, o serviço de internet via satélite norte-americano passou a fornecer acesso à internet para várias escolas em locais remotos no Amazonas e Pará.
Por Tudo Celular
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