O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) autorizou a exploração de petróleo na Margem Equatorial que passa pelo Rio Grande do Norte, que compreende o campo de Pitu, que começa na área marítima de Touros.
Segundo fonte da Agência Saiba Mais, a perfuração já foi iniciada com uma sonda que estava sendo utilizada no pré-sal e foi trazida de Jubarte, no Espírito Santo.
Polêmica
A Margem Equatorial é uma área 2.200 quilômetros ao longo da costa, próxima à Linha do Equador, considerada de elevado potencial petrolífero. Ela começa no Amapá e vai até o litoral do Rio Grande do Norte, passando pelas bacias: Potiguar, Ceará, Barreirinhas, Pará-Maranhão e Foz do Amazonas.
A meta da Petrobras é perfurar 16 poços de exploração nessa área, num investimento total de US$ 2,94 bilhões, o equivalente a R$ 15 bilhões, entre 2023 e 2027.
Porém, a estatal enfrenta resistência de alguns setores ambientais. Em maio, o Ibama já havia negado autorização de exploração na bacia da foz do Amazonas, que faz parte da Margem Equatorial, por falta de garantias para atendimento da fauna local em caso de acidente com derramamento de óleo, e pela falta de análise de impacto sobre três terras indígenas no Oiapoque. Em agosto, a solicitação de exploração foi reapresentada.
Os poços serão escavados em águas profundas e ultra profundas a mais de 160 quilômetros do ponto mais próximo da costa e a mais de 500 quilômetros da foz do Rio Amazonas, segundo a Petrobras.
Apesar dos investimentos e energias renováveis e na descarbonização dos combustíveis, a estatal afirma que essa é uma importante reserva energética necessária, inclusive, para fazer o processo de transição energética no Brasil.
Petróleo no Campo de Pitu
Em novembro de 2015, a perfuração de um poço de extensão comprovou a ocorrência de petróleo na área de Pitu, na Bacia Potiguar. A descoberta, a primeira em águas profundas da Bacia Potiguar, foi comunicada em 17 de dezembro de 2013.
Embora o campo de Pitu tenha sido pré-avaliado após essa perfuração inicial, seriam necessárias outras perfurações para uma avaliação completa. Caso os resultados se confirmem, será possível retomar a produção de petróleo pela Petrobras no Rio Grande do Norte.
A 3R Petroleum iniciou a compra das 27 plataformas de águas rasas, dos 20 campos produtores de petróleo em terra e da refinaria Clara Camarão, que pertenciam à Petrobras, em 2022, ainda durante o governo Bolsonaro. O processo foi concluído em junho deste ano.
A 3R pagou 1 bilhão e 98 milhões de dólares pelo Polo Potiguar, que produz cerca de 6 bilhões de dólares brutos por ano, sem tirar as despesas.
Na época, com a venda, o plano divulgado pela estatal era de retomar os investimentos no Rio Grande do Norte através da produção de energia eólica no mar e exploração de petróleo em águas profundas.
Por Saiba Mais
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