A TerraMagna, uma das principais fintechs do agro da América Latina, segue aumentando sua oferta de Fiagros (Fundo de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais), em um ano em que planeja conceder mais de R$ 2 bilhões em crédito.
O Fiagro FIDC (Fundo de Investimento em Direitos Creditórios) TerraMagna, fundo multimercado e carro-chefe da empresa com patrimônio de R$ 625 milhões, teve sua cota subordinada em 58% em 2023. Nos dois primeiros meses de 2024, houve um retorno acumulado de 15%.
Além deste, recentemente a fintech lançou o Fiagro Exclusivo AgroGalaxy (AGXY3) e o Fiagro Exclusivo Andav (Associação Nacional dos Distribuidores de Insumos Agrícolas e Veterinários), que tem como objetivo apoiar as necessidades de capital de giro das empresas.
Enquanto o da AgroGalaxy conta com valor atual de R$ 500 milhões, o fundo da Andav busca chegar em R$ 200 milhões em 18 meses.
O momento de alertar para os Fiagros
Bernardo Fabiani, CEO e cofundador da TerraMagna, comenta que o investidor está mais alerta não com o instrumento em si, mas com o momento atual do agronegócio.
“Vimos uma fase de euforia no mercado em 2021 e bastante forte em 2022. No ano passado, vimos o ‘mercado voltando a realidade’, com 2024 sendo uma continuação deste cenário. Os investidores ficaram muito mais criteriosos no que alocar e passou a ser valorizada muito mais uma gestão ativa, com a gestão passiva sendo contestada no setor”, explica.
Com o fim da safra 2023/2024, prevista para maio, Fabiani vê uma boa oportunidade para os investidores institucionais. “Vemos um momento de atenção para os fundos, mas longe de ser uma ameaça, tanto é que ainda estamos alocando recursos e conseguindo captar”, pontua.
“É um mercado tão bom como foi em 2022? Não. Vivemos em um momento de correção de mercado, algo que aconteceu com os Fundos Imobiliários (FIIs). Eu costumo dizer que o mercado foi gentil, porque ele machucou, mas não matou, dando a chance dos investidores aprenderem com o erro. O mercado dos fiagros pode ter perdido seu ‘momentum’, mas não perde o crescimento positivo, devemos ver sim novos fundos em 2024”, completa.
‘O pior já passou’ e os ganhos com a Selic
Aos investidores dos Fiagros, que não foram tão impactados com o ciclo de baixa, Fabiani vê no momento de reversão uma oportunidade de avanço.
“Diversos investidores institucionais veem que o pior já passou, e estamos começando a ver recuperação nos fundos, nas ações de algumas empresas e um maior apetite dos investidores. Fora isso, temos uma pressão muito forte do lado da oferta, com a mudança das regras dos fundos, desenquadrando diversos produtos da isenção de IR”, avalia.
O CEO da TerraMagna ressalta que os fundos da empresa contam com alocações em ativos diretos, não contando com alocações em Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA).
“Na prática, a nossa rentabilidade flutua junto com a Selic. O spread dos nossos fundos aumentam com a compressão da Selic. Com isso, a redução da taxa básica de juros é boa para o produto correto”, diz.
Vale ressaltar que a maioria das carteiras dos Fiagros é indexada ao CDI+, e, com isso, uma queda dos juros tende a reduzir marginalmente o rendimento dos fundos.
Por fim, a performance da carteira de crédito da TerraMagna, está mantendo a inadimplência histórica (atrasos > 90 dias) em 0%, único fundo do mercado com esse desenvolvimento, de acordo com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Por Money Times
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