Search
Close this search box.

Especialista da Epagri fala sobre os reflexos da Inteligência Artificial no dia a dia do agronegócio

10 de junho de 2024

Agrônomo diz que é necessário ação humana eficaz para que os resultados sejam satisfatórios.
Compartilhe no WhatsApp
Especialista da Epagri fala sobre os reflexos da Inteligência Artificial no dia a dia do agronegócio

A inteligência artificial (IA) está se tornando cada vez mais presente na vida cotidiana do homem do campo. Ela pode ajudar na gestão de cultivos, previsão do tempo, monitoramento de pragas e doenças, automação de processos agrícolas e até mesmo na análise de dados para otimizar o uso de recursos como água e fertilizantes. Isso tudo contribui para aumentar a eficiência e a produtividade.

A reportagem da emissora conversou com Rafael Presotto, Engenheiro Agrônomo, Coordenador da Epagri sobre as expectativas e os reflexos da IA nas atividades do agronegócio. Conforme Presotto, o recurso serve de auxílio ao produtor, mas não substituirá a inteligência humana.

“Será cada vez mais usada como uma ferramenta de trabalho, especialmente nas tarefas mecânicas e repetitivas. Mas não substituirá a inteligência humana, especialmente no que se refere à criatividade na busca de soluções por problemas e também na interpretação dos dados coletados.” afirmou.

O coordenador da Epagri cita alguns exemplos da IA no processo de tomada de decisão que deve ser feito pelos agricultores em relação às condições climáticas e, também, nos equipamentos agrícolas cada vez mais sofisticados.

“São Diariamente coletadas milhões de dados climáticos, nos milhares de sensores das estações climatológicas espalhadas por todo o mundo. Analisar essa infinidade de dados e a interação entre eles, é uma tarefa impossível para um ser humano fazer sem ferramentas tecnológicas. Nesse sentido, a IA pode ajudar muito, tratando esses dados e tornando-os fácil para o ser humano tomar a decisão correta com as informações levantada.”, explica.

“Hoje, por exemplo, já temos modelos que conseguem prever a ocorrência de determinadas doenças em plantas, tendo por base as informações climáticas, gerando alerta para os produtores se anteciparem e evitar que a potencial condição resulte em adoecimento das plantas. Ou do contrário, se a condição climática é desfavorável para a doença, o produtor pode economizar a aplicação de algum controle, resultando em economia e menor impacto.”, completa.

“Mais especificamente no setor agrícola, cada vez mais os equipamentos estão conectados e, portanto, gerando uma infinidade de dados, mas se não tivermos capacidade de interpretar esses dados a tempo da tomada de decisão, não teremos o melhor resultado. Um exemplo prático seria uma colheitadeira, que ao fazer o seu trabalho, registra em tempo real a produtividade de cada m2 do terreno, permitindo saber quais glebas (pedaços de terra) são mais produtivas e quais precisam de mais atenção. Podemos programar outro equipamento para ir cada umas dessas áreas e coletar amostras de solo e analisar, e depois programar outro para colocar o adubo ou corretivo que estava faltando para cada uma dessas glebas.”, elucida.

O engenheiro-agrônomo reforça que todas as tecnologias já estão à disposição dos produtores, porém ainda há muito trabalho humano a ser feito e que nem tudo que se anuncia realmente se trata de inteligência artificial.

“Todas essas tecnologias já existem, mas ainda não são realidade para grande parte dos produtores, então ainda temos muito trabalho humano para ser feito. Também vale destacar que nem tudo que se está dizendo por aí é inteligência artificial, esse termo tem muito apelo comercial. Muitas vezes o que se têm é uma linguagem de programação, um código que tem uma rotina estabelecida e desempenha muito bem o seu papel, mas disso para uma IA tem uma grande diferença.” explica.

Por fim, Rafael Presotto diz que a IA se trata de uma ferramenta de trabalho e que cada vez é necessário a ação humana responsável para que os resultados almejados sejam alcançados.

“A IA, na minha opinião, é uma ferramenta de trabalho, que como toda ferramenta, precisa de alguém responsável pelo seu manuseio, para que o resultado seja bom. Do contrário, todo esforço pode não surtir o efeito desejado. Então cada vez mais precisamos de pessoas, de profissionais qualificados para manusear bem está, e as demais ferramentas. O conhecimento da realidade local, das condições a que estamos submetidos influência na tomada de decisão. A utilização de determinada tecnologia ou forma de produção em condições diferentes, seja ambientais ou econômicas, terá certamente resultados diferentes.” opina.

Por Rádio Rural

Leia outras notícias no portal Mundo Agro Brasil

Relacionadas

Veja também

Dados apresentados no programa Soja Brasil revelam o crescimento de 15% no número de startups voltadas ao agronegócio no país
A Sette é uma junção da A de Agro com a Bart Digital; duas empresas com desafios muito distintos, mas que sempre estiveram alinhados com o que há de mais tecnológico no mercado.
Tecnologia ganha cada vez mais espaço no agronegócio e passa a ser ferramenta fundamental para profissionais do setor
A adoção de novas tecnologias e a crescente participação de startups estão impulsionando a inovação e a eficiência no campo