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Um peso – várias medidas

Se tudo é relativo, como avançar?
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Um peso – várias medidas

“Ah, moça, cada fabricante tem a sua medida A4” – a esclarecedora informação me introduziu ao mundo das diferentes perspectivas sobre um mesmo tema (que, a princípio, já havia sido definido como válido para todos).

Era final da década de 80, eu estudava Literatura Alemã, Geografia e História, em Heidelberg (Alemanha) e estava de férias no Brasil. Precisava elaborar um extenso trabalho sobre Richelieu e a Guerra dos Trinta Anos, seguindo rígidas regras de formatação, datilografando à máquina. Evidente que o tamanho do papel não podia ser diferente do indicado e praticado (de forma consistente?) na Europa.

É um pouco assim que me sinto atualmente, quando vejo a profusão de compromissos empresariais “Net Zero”, “Net Positive”, “Nature Positive”, ou afirmações, como “Temos ESG (Sustentabilidade, Economia Circular, Economia Colaborativa, Economia Regenerativa…) no nosso DNA”.

Um peso – várias medidas.

Qual é o “peso”, sobre o qual não deveríamos ter dúvidas? Não podemos seguir extraindo, produzindo, consumindo, como fizemos até hoje. Algo (tudo!) tem que mudar.

Qual vai ser a medida, que todos devemos seguir/cumprir? Aí depende. E, por isso, é tão complicado, desgastante, frustrante, até. Primeiro: não é mais olhando para trás (passado), que saberemos as respostas do que vem pela frente, para nos anteciparmos, prepararmos, adaptarmos. Segundo: não são apenas dez coisas, que precisamos levar em consideração – tudo está interligado, interdependente (sempre esteve, mas nos iludimos com a simplificação, e vejam onde estamos). Terceiro: a probabilidade é alta, que olhando especificamente um aspecto (carbono, água, resíduos…), estejamos criando um problema maior em outro, ou em outra parte do processo.

O olhar de ciclo de vida (do processo como um todo) é fundamental, para se evitar a (mera) transferência de problemas. Mas com tanta (des)informação chegando até nós, em quem confiar? Na dúvida, na intuição – lá no fundo, acreditamos no que está sendo dito?

Você se importa?

  • Se “sim”, pergunte, mais do que achar que sabe tudo/tem as respostas. Qual a fonte da informação? É válida, atual? Qual é a qualidade do que está sendo afirmado?
  • Se “não”, viva com as suas escolhas, e saiba que será cobrado/a por elas
  • Se “não sabe”, pergunte-se o que realmente te move, e saiba que depende de muitos e desta Terra, para alcançar e proteger isso!

A Rede ACV promove capacitação sobre o desafio de se pensar ciclo de vida em 30.05.2023, de forma remota, gratuita e mista (quanto mais diversa a composição da turma, melhor!). Das 10h00 às 12h00, inscrições: secretaria@redeacv.org.br

Por Sonia Karin Chapman
Diretora Chapman Consulting

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