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Devo contratar seguro cibernético para riscos LGPD?

Já estamos no risco. Desde outubro, as empresas estão sujeitas a fiscalização e/ou autuação de violações no âmbito da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) por parte da ANPD (Autoridade Nacional de Proteção de Dados).
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Devo contratar seguro cibernético para riscos LGPD

Será que existem reais vulnerabilidades para nos preocuparmos?

As empresas de pequeno, médio ou grande porte necessitam cuidado e atenção aos recursos destinados a estabelecer plataformas tecnológicas eficazes e seguras. Importante observar e analisar com profundidade eventuais incidentes de segurança possíveis, frequência de ocorrências e riscos detectados, bem como a vulnerabilidade das empresas à potenciais ameaças. Estes parâmetros são fundamentais para determinar a contratação de seguros, inclusive para responsabilização advinda de omissão em hipóteses de vazamentos ou perda de dados. Aqui falamos da contratação de Cyber Seguros ou Seguros de Riscos Digitais.

Além de programas de segurança digital altamente capacitados a promover a segurança no processo, os seguros digitais estão sendo cada dia mais procurados no Brasil, em virtude do aumento expressivo de ataques cibernéticos. De acordo com a Check Point Research (CPR), divisão de Inteligência em Ameaças da Check Point Software Technologies, indicou que a média de ataques cibernéticos no segundo trimestre de 2022 cresceu em 46%, uma diferença de 14% da média global, que é de 32%. A América Latina foi a região com mais ataques registrados, uma em cada 23 organizações são atacadas por semana.   O que demonstra que a busca por seguros cibernéticos deve aumentar para dar maior segurança aos investidores e neutralizar os efeitos desta desenfreada estatística.

Estudos realizados pela divisão Check Point Research mostram que, no Brasil, 1.046 organizações, em média, foram vítimas de cyberataques, levando a um aumento de 77%, em relação aos períodos de 2020 a 2021. No ranking dos setores que mais sofreram ataques cibernéticos no Brasil em 2021, estão: 1° Varejo/Atacado: 2.158 organizações (+ 238%); 2° Saúde: 1.685 (+ 64%); 3° Governo/Militar: 1.495 (+ 55%); 4° Comunicações: 1.351 (+ 357%); 5° Lazer/Hotelaria: 1.235 (+220%); 6° Transporte: 833 (+ 152%); 7° Finanças/Bancos: 696 (+ 65%); 8° Manufatura: 608 (+ 247%); 9° Educação/Pesquisa: 428 (+ 18%) e 10° Utilities: 382 (+ 201%).

Com evolução crescente – em meio ao cenário de trabalho híbrido fruto da pandemia do coronavírus (covid-19); o uso contínuo e disparado de e-mails; utilização recorrente de aplicativos de videoconferência e de mensagens instantâneas no home office, dentre outros recursos tecnológicos, a necessidade de segurança na proteção de dados pessoais – o papel da liderança das empresas tem sido fundamental para a uma análise criteriosa e determinação das prioridades.  A avaliação da plataforma de TI no acesso e manuseio de dados, o volume de transações e a rapidez de estratégias de negócio, não permitem qualquer vacilação ou insensibilidade a esta demanda.  Por isso, a necessidade de contratação de seguros de riscos digitais é a saída para evitar impactos no faturamento e amenizar riscos potenciais de incidentes de segurança.

Outros dados históricos corroboram estas ameaças de evolução crescente do risco global. O Norton Cyber Security Report, emitido pela empresa norte-americana Symantec, criadora de programas antivírus, indicou que quase 500 milhões de consumidores foram vítimas de crime cibernético no mundo todo. Em 2017, o Brasil ocupou o sétimo lugar na lista dos países mais ameaçados pelos ataques cibernéticos. Em 2018, subiu para a quarta posição, atrás de Índia, China e EUA. Atualmente, ele ocupa a terceira posição.

Mas de fato, não podemos nos referir somente aos incidentes de segurança causados por vazamentos, mas também a outras modalidades como roubos ou sequestro de dados e senhas. E o resultado dos sinistros é claro, segundo informações da Superintendência de Seguros Privados (Susep), as seguradoras brasileiras já pagaram quase R$ 12,9 milhões de sinistros relacionados a este tipo de serviço até junho deste ano. Segundo a Susep, o mercado de seguros no Brasil registrou um crescimento de 19,6% no primeiro semestre deste ano, em relação ao mesmo período de 2021, movimentando R$ 80 bilhões.

Com a publicação da LGPD

O cenário somente despontou para uma realidade que as redes sociais vinham apontando visto o enorme rompante dos novos negócios movidos pelo ambiente digital. A LGPD se afigura como um meio para mitigar o compartilhamento desenfreado e não autorizado de dados pessoais e estabelece fundamentos jurídicos para as atividades com tratamento de informações pessoais.

Nesse sentido, o seguro para riscos digitais se impõe como uma forma de remediação e complementação dos programas de implementação ou adequação das empresas para a proteção de dados, auxiliando sobremaneira na mitigação das responsabilizações provenientes de tratamento inadequado de dados.

É indispensável que as seguradoras estejam sempre à frente do mercado, desenvolvendo produtos e planos adequados às necessidades de seus clientes. O seguro cibernético deve amparar o patrimônio e a operação das empresas para os riscos no ambiente digital, que, ao sofrerem um ataque, podem ter seu trabalho comprometido e a confiabilidade questionada. No momento da contratação, deve-se buscar uma cobertura do seguro cibernético que englobe diversos cenários, que vão desde a responsabilidade por vazamento de dados, perda de clientes e danos à reputação, lucros cessantes, custos de defesa e indenização, extorsões e gastos para cobrir as causas do vazamento de informação. Não temos dúvidas!  O seguro cibernético não pode ser um entrave. Não cabe justificativa de orçamento para superar os benefícios que a empresa alcançará. Ademais, não tem preço estabelecer uma plataforma de TI segura e assegurada, quer seja para atender a LGPD ou para atenuar riscos tecnológicos comuns ao seu negócio.  Sabe-se que a reputação da marca é o bem mais importante da empresa e não pode ficar suscetível às vulnerabilidades crescentes que despontam de um ambiente de alto índice de insegurança cibernética. Será que ainda precisamos de mais justificativas.

Por Thais Carloni

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