A abordagem de hoje vem na esteira de tantos eventos de queimadas e perda de grandes áreas florestais em vários estados e municípios do Brasil nos últimos dias, o que incentiva a todos nós à reflexão e observação do futuro dos temas climáticos e do meio ambiente em face das ações sociais e confiança nos grandes setores da economia, como o Agronegócio. Refletem-se tais eventos não somente na perda de áreas públicas como riscos efetivos para grandes produtores em virtude dos estigmas que vivemos com mudanças climáticas e a impotência das autoridades.
Com grande protagonismo na economia brasileira, o agronegócio representa mais de 20% do Produto Interno Bruto (PIB). Seus clientes e parceiros estão espalhados em todas as unidades da Federação. O setor vem construindo uma agenda sólida e robusta para impulsionar mudanças estruturais e inovadoras principalmente por meio de ações socioeconômicas que possam refletir-se diretamente na geração de empregos, na sustentabilidade dos negócios para suas empresas e toda sua cadeia de valores.
Com papel de grande relevância, o agronegócio nas suas mais diversas modalidades, tamanhos e modelos tem grande repercussão no âmbito das iniciativas de ESG (Environmental, Social and Governance ou meio ambiente, social e governança) que influenciam diretamente a economia global.
Os temas de governança, meio ambiente e diretrizes de responsabilidade social, nestes últimos anos, passou a ser tema prioritário e a todo momento, o setor busca disseminar práticas e modelos inovadores que possam revelar-se como incentivo de oportunidades socioambientais para seus parceiros no campo.
Observando as diretrizes de regulação, políticas e valores na qual se enquadram os compromissos e pilares de ESG, as empresas do agronegócio amparam-se nas iniciativas de governança por meio de ações multidisciplinares que visam atender os anseios e necessidades da sociedade civil. Por sua vez, enfrentam também muitas críticas no âmbito dos desafios para a construção de uma plataforma de produtos mais sustentáveis ou produtos “verdes”.
Mas não podemos esquecer que deste universo de produtores rurais e empresas de grande e médio porte estima-se uma expansão da produção agrícola mundial na ordem de 35%, que tem como meta impulsionar a cadeia alimentar de forma mais consciente e mais concentrada em produtos que venham do campo com tecnologias mais sustentáveis.
No âmbito da plataforma de ESG existem diversas metodologias que auxiliam na estruturação e resultados esperados que servem como vetores institucionais e até financeiros para as iniciativas do agronegócio e fundamentalmente servem para estruturar a gestão e cultura de negócios sustentáveis alinhadas ao perfil de risco e compromissos das empresas do setor.
Como indicado no Relatório Global de Riscos do Fórum Econômico Mundial, foram destacados os principais riscos que desafiam o segmento do agronegócio. Todos estes cenários se traduzem em métricas para avaliação dos investidores e impulsionam o sucesso das empresas e a confiabilidade nos programas de governança. Dentre os riscos inerentes as atividades do agronegócio, estão os temas ambientais, em especial, o setor busca criar metas que perpetuem uma atividade mais responsável no âmbito das mudanças climáticas, aplicação de recursos naturais e hídricos, emissões de carbono e geração de energias renováveis visando afastar infortúnios que a própria a natureza nos impõe.
Além disso, o setor se propõe a assumir firmes compromissos com a formação de uma liderança mais sensibilizada; focada na transparência e criação de oportunidades e condições de trabalho seguro; segurança de processos; produtos mais verdes e aplicações inovadoras dentre outros. O que equivale dizer que os grandes líderes assumem um papel de vital importância no diálogo ético e transparente nas ações de redução e mitigação dos índices apontados para a proteção ao meio ambiente e no âmbito das ações relacionadas a mudanças climáticas, demonstrando com clareza a aplicação de investimentos em ações sociais e inovação na tecnologia de produtos sustentáveis.
Compromissos visando uma Governança mais sólida, com planos de sucessão e agenda de longo prazo, além de firmes programas de compliance e adequações aos requisitos das legislações nacionais e internacionais; adoção de boas práticas no gerenciamento de riscos, maior transparência nos resultados obtidos destas ações e metas estruturais na agenda socioambiental e de baixo carbono, soam como uma esperança para os desafios de empresas influentes e empenhadas na construção de um mundo melhor.
Enfim, cenários que se traduzem de forma positiva e com confiabilidade são as evidências para a geração de uma sociedade mais salutar para as futuras gerações. Trata-se, portanto, de um compromisso sem volta, não se pode retroceder as métricas e desafios colocados na mesa e definidos como prioridade.
Espera-se que o Agronegócio, como sempre o fez, desponte com resultados a curto prazo e destaque-se como segmento motivacional e exemplar a outras atividades da economia. Aposta consciente e resultado seguro, é o que todos esperamos.
Por Thais Carloni
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