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Com final da colheita de soja, preços recuam e importação do óleo cai à medida que refinarias desaceleram

13 de abril de 2022

Perto do final da colheita de mais uma safra de soja, indicadores revelam baixa na parcial de abril, enquanto o custo de importação mais alto e volatilidade do mercado deixam os importadores receosos
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Com final da colheita de soja, preços recuam e importação do óleo cai à medida que refinarias desaceleram
O recuo da soja esteve atrelado à oscilação cambial, à finalização da colheita no país e à menor demanda pela oleaginosa brasileira – Foto. Jcomp/Freepik

Dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada – Cepea informam que as cotações da soja registraram baixa nesta parcial de abril. Entre os dias 31 de março e 8 de abril, os Indicadores ESALQ/BM&FBovespa – Paranaguá (PR) e CEPEA/ESALQ – Paraná cederam 1,14% e 0,78%, com respectivos fechamentos de R$ 184,13 e de R$ 180,90/saca de 60 kg na sexta-feira, 8.

Para os pesquisadores do Cepea, o recuo esteve atrelado à oscilação cambial, à finalização da colheita no país e à menor demanda pela oleaginosa brasileira. No entanto, as baixas foram limitadas pelas recentes chuvas no Sul do Brasil (que estão prejudicando a colheita), pelos reajustes de oferta e demanda realizados pela Conab e pela retração vendedora.

Já, em relação as importações de óleo de soja, tanto em bruto quanto em sementes, houve uma queda marginalmente em Bangladesh porque as empresas estão com receio de comprar as matérias-primas em volumes mais altos, apesar do aumento dos preços do óleo comestível localmente em meio a preocupações de que preços mais altos reduziriam o consumo.

Um aumento na oferta pode ser uma das ferramentas cruciais para esfriar o volátil mercado de óleo de cozinha. De acordo com dados do Banco de Bangladesh compilados pelo Ministério do Comércio, as importações de óleo de palma refinado dispararam, refletindo que os estoques gerais eram adequados para atender às necessidades do Ramadã quando a demanda mensal aumenta para quase 3 lakh de toneladas de cerca de 2 lakh de toneladas.

Entre 1º de julho e 15 de fevereiro do ano fiscal 2021-22, a quantidade de óleo de soja bruto para a qual foram abertas cartas de crédito (LCs) cresceu 7% em relação ao ano anterior, para 4,89 lakh toneladas.

Queda no óleo de soja bruto

Mas a chegada de óleo de soja bruto, conforme refletido nos acordos de LC, caiu marginalmente para 3,73 lakh toneladas de 3,75 lakh toneladas um ano atrás, mostraram dados do BB.

Com a taxa de recuperação do óleo de soja comestível de sua forma bruta sendo de 95,25%, os dados mostram que as refinarias conseguiram finalmente aproveitar 3,55 lakh de toneladas por meio do processamento.

O interesse na importação de sementes de soja pelas esmagadoras também diminuiu durante o período, à medida que a abertura e liquidação das LCs diminuíram.

As empresas abriram LCs para importar 6,05 lakh de toneladas de sementes, uma queda anual de 14%. A liquidação dos LCs, ou chegada de sementes, diminuiu 3% para 6,05 lakh de toneladas.

Cerca de 17% do óleo de soja comestível é extraído de sementes de soja. “Como os preços estão subindo no mercado internacional, estamos importando soja o quanto for necessário”, disse Biswajit Saha, chefe de assuntos corporativos e regulatórios do City Group, um dos maiores trituradores de sementes e importadores de óleo comestível.

Clima seco: um grande influenciador

Vale ressaltar que os preços da soja vêm subindo nos últimos dois meses, influenciados por preocupações com a redução da oferta para o clima seco no Brasil e na Argentina, dois grandes produtores e exportadores de soja. Inclusive, em seu relatório de fevereiro sobre “Oleaginosas: Mercados e Comércio Mundial”, o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) revelou que o clima seco na América do Sul nos últimos dois meses diminuiu significativamente suas previsões de produtividade de soja e reduziu a produção. Ainda destacou também que os preços da soja subiram em resposta à queda e à previsão de estoques apertados, acrescentou.

Por sua vez, o Banco Mundial, em seu Commodities Price Data de março, disse que o preço médio da soja foi de US$ 662 por tonelada em fevereiro, acima dos US$ 606 do mês anterior. Os preços do óleo de soja também dispararam.

Enquanto isso, os preços do óleo de palma dispararam por restrições de oferta, escassez de mão de obra, restrições de exportação pela Indonésia e a invasão da Ucrânia pela Rússia, como a Reuters disse recentemente, os compradores correram para garantir substitutos para remessas de óleo de girassol da principal região exportadora do Mar Negro.

O óleo de palma foi cotado a US$ 1.522 por tonelada em janeiro, ante US$ 1.345 no mês anterior, segundo dados do WB.

Dados do Banco de Bangladesh mostraram que os LCs foram abertos para importar 29% menos óleo de palma bruto ano a ano para 2,01 lakh de toneladas até 15 de fevereiro do ano fiscal. A chegada de óleo de palma bruto caiu 16%, para 1,56 lakh de toneladas.

Fonte: O Petróleo, Cepea

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