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Campo Futuro faz levantamento de custos de produção em quatro estados

4 de outubro de 2022

Além de grãos e algodão, painéis do Campo Futuro reuniram informações de café, pecuária de corte e aquicultura
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Campo Futuro faz levantamento de custos de produção em quatro estados
Na parte de grãos, o primeiro painel ocorreu em Castro (PR) para apurar informações de soja, milho, feijão e trigo – Foto: Divulgação/CNA

Foi realizada, pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), na última semana, uma rodada do projeto Campo Futuro para levantamentos de custos de produção nesta semana, em painéis de grãos, café, pecuária de corte, suinocultura e aquicultura, realizados no Paraná, Minas Gerais, Mato Grosso e Bahia. Os encontros tiveram a participação das federações estaduais, sindicatos rurais, universidades e instituições de pesquisa.

Grãos e algodão 

Na parte de grãos, o primeiro painel do Campo Futuro ocorreu em Castro (PR) para apurar informações de soja, milho, feijão e trigo. A safra de verão 2021/2022 teve um cenário climático melhor do que outras regiões do sul do país. As produtividades para as quatro culturas fecharam em 70, 193, 40 e 63 sacas por hectare em média, respectivamente.

Para a soja, milho e feijão, os custos com defensivos agrícolas subiram 44%, 88% e 46% em relação à safra passada, respectivamente. A oleaginosa teve um aumento de 275% para o grupo dos herbicidas, enquanto o milho teve uma alta de 144%. Para os inseticidas, aumentos de 208% e 201% foram observados para milho e feijão. Sobre os fertilizantes, os desembolsos registraram elevação de 70% para o milho, 64% para o feijão e 40% para o trigo.

Em Barreiras (BA), o levantamento de custos de produção foi para o algodão. As tecnologias cultivadas na safra 2021/22 foram GL, GLTP e B2RF. O período chuvoso no início do ciclo da cultura e a falta de chuvas durante o desenvolvimento frustrou a expectativa de safra dos cotonicultores que colheram 106, 113 e 108 arrobas de pluma por hectare para as três tecnologias, respectivamente.

Os produtores também relataram preços recordes de insumos no período. Para os fertilizantes e fungicidas, as altas foram de 50% e 65% em relação à safra anterior.

Café 

Pelo Campo Futuro foram realizados levantamentos de custo de produção de café em Itabela (BA), Poço Fundo (MG) e Manhumirim (MG). Na segunda (26), o painel reuniu informações sobre a produção na cultura do café arábica orgânico em Poço Fundo. A propriedade modal foi caracterizada com 4 hectares de área produtiva, cultivo não irrigado e manejo manual.

Em decorrência de intempéries climáticas, a produtividade média foi reduzida de 25 sacas para 20 sacas por hectare. Em comparação com o levantamento de custos realizados em 2021, os desembolsos elevaram-se em 49% com fertilizantes orgânicos, 66% com corretivos de solo, e 125% com mecanização. Apenas os desembolsos com preparados fitossanitários apresentaram redução (33%).

Na terça passada (27), o Campo Futuro fez o levantamento de custos de produção de café conilon em Itabela de café arábica em Manhumirim. No município baiano, a propriedade modal foi caracterizada com 50 hectares de área produtiva, cultivo irrigado, condução semimecanizada (tratos culturais mecanizados e colheita manual). Em comparação com o painel realizado em 2021 os desembolsos subiram 5% para irrigação, 52% com fertilizantes, 64% com corretivos e 473% com mecanização devido a intensificação do uso de maquinários. Com o maior emprego da mecanização os desembolsos com mão de obra recuaram 55%.

Para o levantamento de custos de produção na cultura do café arábica em Manhumirim, participaram do Campo Futuro, a propriedade modal apresenta 5 hectares de área produtiva, cultivo em sequeiro e condução manual. Em relação ao painel realizado em 2021, as altas dos desembolsos foram de 77% para corretivos de solo, 137% com fertilizantes, 147% com mão de obra e 353% com a implementação de um pacote tecnológico de defensivos mais robusto.

Pecuária de corte 

No dia 26, o Campo Futuro fez um levantamento de custos de produção de bezerros (cria) em Juara (MT) considerando uma propriedade modal com 636 hectares, sendo 533 hectares de pastagem e 400 matrizes. A suplementação mineral representou o item de maior peso nos custos operacionais efetivos (COE), com 18%, seguido pelos insumos para pastagem, com 17,1%.

No mesmo dia, foi realizado painel para levantar os custos de produção da recria e engorda de bovinos em Pontes e Lacerda, também em Mato Grosso. Como propriedade típica da região, foi considerada uma fazenda com área total de 432 hectares, sendo 342 hectares com pastagem, com terminação de 691 bovinos por ano. Nesse sistema, a aquisição de animais representou 84% do COE.

Para finalizar os painéis de pecuária de corte em Mato Grosso, no dia 28, o Campo Futuro levantou os custos de produção da cria em Alta Floresta, considerando uma propriedade modal com área total de 300 hectares, sendo 222 hectares de pastagem e 250 matrizes. A suplementação mineral representou 37,4% do COE e a mão de obra, 17%.

Na sexta (30), foi realizado um painel de suinocultura integrada (unidades de terminação), em Castro (PR).

Aquicultura no Campo Futuro

Na última quarta (28), produtores de camarão da região de Canavieiras (BA) se reuniram no sindicato rural do município, para o levantamento de custos de produção da carcinicultura. Segundo eles, a produção modal da região é caracterizada pelo sistema semi-intensivo, cuja propriedade apresenta 30 ha de lâmina d’água, sendo dividida em 10 viveiros de 3 hectares cada. Assim como nos outros levantamentos realizados pelo Campo Futuro para a carcinicultura, em relação aos custos de produção, o desembolso com ração foi o mais significativo, seguido das despesas administrativas e com energia elétrica.

Fonte: CNA

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