Search
Close this search box.

Café: Momento de ajuste nas importações da UE e expectativa para colheita do ciclo 24/25 no Brasil

25 de abril de 2024

A União Europeia divulgou os dados de importação de fevereiro - mostrando recuperação, ainda que limitada. O bloco importou 3,84 milhões de sacas de café verde, queda de 5% em relação a janeiro.
Compartilhe no WhatsApp
Café: Momento de ajuste nas importações da UE
  • Os dados de importações de fevereiro da União Europeia mostram alguma recuperação, com 3,84 milhões de sacas de café verde importadas, 5% abaixo de janeiro, mas dentro dos padrões sazonais históricos.
     
  • O perfil de importação foi reequilibrado para 60% de arábica, refletindo as preocupações com os volumes de estoque de robusta e o maior aperto no mercado de robusta.
     
  • Os desafios de fornecimento no Vietnã e na Indonésia podem prejudicar a disponibilidade do robusta no ciclo 24/25. No Vietnã, os baixos níveis de umidade do solo são motivo de preocupação, apesar da expectativa de melhora nos próximos dias.
     
  • A UE aumentou as importações de origens alternativas, inclusive do Brasil, atingindo um recorde em março. Com a aproximação da safra 24/25 do Brasil, o mercado prevê um alívio do déficit a partir de julho.
     
  • No entanto, o cenário atual no Vietnã se mantém incerto, com o acumulado de chuvas ainda abaixo da média, mas com perspectiva de recuperação.

A União Europeia divulgou os dados de importação de fevereiro – mostrando recuperação, ainda que limitada. O bloco importou 3,84 milhões de sacas de café verde, queda de 5% em relação a janeiro.

Segundo Natália Gandolphi, analista de Café da Hedgepoint Global Markets, ainda assim, o movimento está bem dentro da média (-9% entre os dois meses, considerando a série histórica desde 2010), o que mostra que, embora a queda tenha respeitado a sazonalidade, foi bem mais suave do que o esperado para o período.

“Também é importante observar que o perfil das importações está se equilibrando após uma forte oscilação em direção ao arábica no final de 2023. 60% do volume importado foi de arábica, em linha com a média histórica (61%). A queda ocorreu depois que o bloco registrou a maior participação de importações de arábica desde 2010 em dezembro (72%).

A mudança reflete um equilíbrio depois que o pêndulo oscilou tanto para a faixa do arábica, mas também uma clara preocupação com o volume de estoques de robusta no bloco, com os compradores se preparando para um aperto mais intenso no mercado de robusta”, explica a analista.

Isso pode ocorrer por dois motivos principais: primeiro, o Vietnã entrará na sazonalidade de menores exportações no segundo trimestre e, embora o mercado dependa mais de outras origens no Sudeste Asiático nesse período, a Indonésia pode ter outro ciclo de oferta limitada devido ao clima adverso durante o desenvolvimento e possíveis atrasos devido à previsão de níveis mais altos de chuva nas próximas semanas.

image 21

Nesse cenário, já se sabe que o bloco vem importando mais café de origens alternativas, inclusive do Brasil. Em março, esse volume atingiu um recorde: 2,18 milhões de sacas, de arábica e conilon (o recorde anterior na série de curto prazo foi registrado em novembro de 2020).

“Agora, com a próxima colheita do ciclo 24/25 no Brasil, o mercado espera que os volumes aliviem parte do déficit, especialmente a partir de julho. As fixações do ciclo 23/24 avançaram no último trimestre, com 96% da safra de conilon já vendida em abril. Com uma produção de 22,54 milhões de sacas, isso representaria menos de 1 milhão de sacas em estoques líquidos (estoques que só foram vendidos, e não necessariamente exportados ou consumidos internamente; como regra geral, os estoques brutos são em geral 3 a 4 vezes maiores que os estoques líquidos, mas sabe-se que isso varia muito entre as safras)”, observa.

Nesse cenário, a safra 24/25 já consolida o protagonismo, e os vendedores devem agir de acordo com as mudanças diárias nas previsões climáticas observadas para o principal produtor de robusta, o Vietnã.

“Os níveis de umidade do solo estão consideravelmente baixos, mas a previsão mudou recentemente para sugerir que o período de seca pode estar chegando ao fim. Ao observar o desenrolar da situação no Vietnã, o mercado poderá observar pontos de pressão de venda”, acredita.

image 22

Os dados das importações de fevereiro da União Europeia mostram alguma recuperação, com 3,84 milhões de sacas de café verde importadas, 5% menos que em janeiro, mas dentro dos padrões sazonais históricos. O perfil das importações se reequilibrou para 60% de arábica, refletindo as preocupações com os volumes dos estoques de robusta e a maior retração do mercado de robusta.

Os desafios de fornecimento no Vietnã e na Indonésia também podem prejudicar ainda mais a disponibilidade do robusta no ciclo 24/25. A UE aumentou as importações de origens alternativas, inclusive do Brasil, atingindo um recorde em março. Com a aproximação da safra 24/25 do Brasil, o mercado prevê um alívio da escassez do déficit a partir de julho, mas, enquanto isso, o mercado observará atentamente a evolução do padrão climático no Vietnã.

Acesse o relatório completo clicando aqui.

Por ASCOM Hedgepoint Global Markets

Leia outras notícias no portal Mundo Agro Brasil

Relacionadas

Veja também

Aumento da temperatura, escassez hídrica e proliferação de pragas ameaçam a produtividade agrícola, exigindo soluções inovadoras e políticas de apoio
O estudo Índice de Produtividade Tecnológica (IPT) do Agro também revelou que, na divisão por porte, as empresas clientes da TOTVS estão mais avançadas no processo de digitalização
Projeto define regras para produção on farm e critérios para o registro de produtos biológicos industrializados. Texto agora segue para apreciação do Senado
Para Silvia Massruhá, representantes diplomáticos desempenham papel fundamental na consolidação da imagem positiva da agricultura brasileira no exterior