O objetivo é investir em inovação, com a aplicação de novas tecnologias de gestão, rastreabilidade e geração de crédito de carbono capazes de modernizar a criação de gado de corte no país, promover um modelo de negócios sustentável e aumentar os lucros dessa atividade.
Um acordo de cooperação em inovação será assinado entre BB e as três agtechs durante a 36ª edição do Show Rural Coopavel, em Cascavel (PR), no início de fevereiro.
Com o projeto, os parceiros querem também acelerar a recuperação das pastagens degradadas já mapeadas pelo banco, em consonância com o programa recém-lançado pelo governo federal para a mesma finalidade.
A iRancho é uma startup brasileira de gestão pecuária. O Banco do Brasil é sócio da empresa, com a qual já tem parcerias para projetos de rastreabilidade. A Traive é uma agtech que usa a tecnologia de inteligência artificial para calcular o perfil de risco de crédito de produtores rurais e atua como correspondente bancária do BB. A MyCarbon é uma subsidiária da Minerva Foods focada em desenvolvimento e comercialização de créditos de carbono.
O novo modelo de negócio da “Pecuária do Futuro” foi testado em um projeto-piloto em Araguaína (TO), em outubro de 2023. O teste envolveu desde a oferta de crédito rural para a recuperação das pastagens até a apresentação e aplicação de soluções nas áreas de gestão da propriedade, rastreabilidade dos bovinos e emissão de créditos de carbono. Segundo o BB, se essas inovações forem utilizadas de forma integrada, trarão benefícios para toda a cadeia produtiva.
A parceria inclui o compromisso do Banco do Brasil de destinar crédito para o financiamento desses pacotes tecnológicos, além do recurso para a conversão das pastagens. De 1º de julho de 2023 a 10 de novembro de 2023, o banco desembolsou R$ 507 milhões para a recuperação de cerca de 111 mil hectares.
“A pecuária brasileira está prestes a dar um salto significativo em direção a um futuro ainda mais sustentável”, disse o diretor de Agronegócios e Agricultura Familiar do BB, Jayme Pinto Júnior.
A cerimônia no Paraná terá a apresentação detalhada do programa e será acompanhada por palestras técnicas. O BB não informou valores específicos que serão destinados para o financiamento dos investimentos em tecnologia e inovação nem se há uma meta de área a ser contemplada com o novo modelo de negócio pecuário. O crédito para a conversão de pastagens faz parte dos valores já disponíveis nas linhas do Plano Safra e outras que poderão ser implementadas no Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas em Sistemas de Produção Agropecuários e Florestais Sustentáveis (PNCPD).
O BB participou ativamente da elaboração do programa. A área técnica do banco mapeou cerca de 101 milhões de hectares de pastagens no país com algum nível de degradação, de moderado a severo, o que gera perdas substanciais de produtividade.
A meta do governo federal é recuperar 40 milhões de hectares de áreas degradadas no programa. São locais com alta aptidão para conversão em lavouras ou para recuperação da qualidade das pastagens. “O PNCPD tornará a pecuária brasileira ainda mais produtiva e sustentável, fato que reforça o protagonismo do agronegócio brasileiro no mercado mundial e atrai investidores”, completou Jayme Pinto Júnior.
Por Globo Rural
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