A aquicultura é uma das atividades econômicas que mais cresce no mundo, fornecendo alimentos, renda e meios de subsistência para milhões de pessoas. No entanto, essa atividade também pode ter impactos negativos sobre o meio ambiente, como a poluição da água, a perda de habitats, a introdução de espécies exóticas e a transmissão de doenças. Por isso, é fundamental avaliar os riscos ambientais da aquicultura e buscar formas de mitigá-los.
Um estudo recente, publicado na revista Nature Communications, analisou os riscos ambientais da aquicultura em escala global, considerando diferentes tipos de produção, espécies e regiões. Os pesquisadores usaram um modelo baseado em indicadores como a demanda de oxigênio, o uso de antibióticos, a dependência de ração e a vulnerabilidade dos ecossistemas locais. O resultado foi um mapa que mostra as áreas de maior e menor risco para a aquicultura no mundo.
Segundo o estudo, mais de 90% da produção global de aquicultura enfrenta um risco ambiental substancial ou muito alto. Os maiores riscos estão concentrados na Ásia, especialmente na China, que é responsável por cerca de 60% da produção mundial. Os menores riscos estão na Europa e na América do Norte, onde há mais regulação e tecnologia para reduzir os impactos da aquicultura.
Risco Ambiental da Aquicultura
Os pesquisadores também identificaram os principais fatores que contribuem para o risco ambiental da aquicultura. Entre eles, estão o tipo de produção (intensiva ou extensiva), o tipo de espécie (carnívora ou herbívora) e o tipo de ambiente (marinho ou continental). Por exemplo, a produção intensiva de peixes carnívoros em águas continentais é a que apresenta maior risco, pois demanda mais oxigênio, antibióticos e ração, além de afetar mais os ecossistemas locais.
O estudo também apontou algumas estratégias para reduzir os riscos ambientais da aquicultura. Entre elas, estão o uso de sistemas integrados que aproveitam os resíduos de uma espécie para alimentar outra, o uso de espécies nativas ou adaptadas ao ambiente local, o uso de rações sustentáveis e o monitoramento da qualidade da água. Além disso, os pesquisadores destacaram a importância de uma governança global que incentive boas práticas e penalize más práticas na aquicultura.
O estudo foi realizado por uma equipe internacional de cientistas liderada pelo professor Ben Halpern, do Instituto Bren de Ciência e Gestão Ambiental da Universidade da Califórnia em Santa Bárbara (EUA). O estudo contou com a participação de pesquisadores do Brasil, da China, da Dinamarca, da Espanha, da França, da Holanda e do Reino Unido. A fonte dos dados utilizados no estudo foi o link https://www.news.ucsb.edu/2023/021102/new-research-finds-more-90-global-aquaculture-faces-substantial-risk-environmental.
Impactos estimados de estresses antropogênicos na produção global da aquicultura
a , Impactos na quantidade. b , Impactos na segurança. Os resultados foram padronizados e apresentados em nível nacional para cada sistema de produção de alimentos azuis. Os quatro sistemas de produção incluíam pesca de captura em água doce, aquicultura em água doce, pesca de captura marinha e maricultura – https://doi.org/10.1038/s41893-023-01156-y
** A fonte dos dados utilizados na matéria foi Sonia Fernandez, link https://www.news.ucsb.edu/2023/021102/new-research-finds-more-90-global-aquaculture-faces-substantial-risk-environmental **
Por Ecodebate
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