Search
Close this search box.

Multiplicação do Agro

3 de junho de 2024

São 21% com pastagem, 8% com agricultura e 1% com florestas plantadas
Compartilhe no WhatsApp
Multiplicação do Agro

A Embrapa Territorial tem divulgado dados da utilização das terras do Agro no Brasil. São utilizados 21% com pastagem, 8% com agricultura e 1% com florestas plantadas. Preservadas com a vegetação original temos aproximadamente 67% da área total do país.

Em média, as fazendas mantêm 33% de suas áreas preservadas na forma de Reserva Legal e Áreas de Preservação Permanente. O código florestal é observado e aceito pela maioria dos proprietários. 

Planetariamente, a utilização territorial seria aproximadamente assim: 67% são oceanos e 33% área continental, da qual devemos descontar as áreas sem condições ambientais para a produção: continente Antártico, Groelândia, desertos, cadeias de montanhas e áreas geladas incluindo o permafrost do Canadá, da Sibéria e do Alasca. Das áreas potencialmente produtivas, ficam ainda de fora os parques nacionais, unidades de conservação, áreas indígenas, entre outras.

Da área global, são utilizados apenas 4%, o que corresponde a 12% da área continental.

Difícil de imaginar que possa haver uma influência significativa da produção agropecuária nas mudanças climáticas.

Qualquer estudo sobre a influência da atividade humana no clima da Terra deverá se concentrar basicamente na extração, refino e queima de combustíveis fósseis (gás, carvão e petróleo). 

Até umas décadas atras a agricultura mundial era feita no hemisfério norte. Importávamos boa parte de nossos alimentos. A agricultura tropical era olhada com desdém. Foi quando surgiu com força a pesquisa agropecuária, que aliada à competência e ousadia do nosso agropecuarista, permitiu esse incrível avanço em pouco mais de quatro décadas. Passamos de importadores para o maior exportador de alimentos do planeta.

A tecnologia de plantar uma segunda safra numa mesma área com o mesmo maquinário e mesma mão de obra batizada de “safrinha” vem avançando tecnologicamente todos os anos. Estima-se que o Brasil esteja plantando uma vez e meia a sua área disponível para grãos e fibras. Para cada 100 hectares estamos plantando 150 hectares. Isso não existe no hemisfério norte fora da faixa tropical.

Duas novas tecnologias vão turbinar ainda mais esse percentual: a irrigação e o recente projeto saído das fornadas da Embrapa denominado “Antecipe”.

A irrigação já é uma realidade no Cerrado brasileiro e promoverá a nossa auto suficiência em trigo, além de proporcionar o plantio de três safras anuais com total segurança climática.

Já o projeto “Antecipe” propõe plantar o milho safrinha nas entrelinhas de cada duas linha de soja 20 dias antes da colheita. O projeto exigiu adaptações das plantadeiras. Essa antecipação e ampliação da janela do plantio promoverá uma significativa segurança climática para toda safrinha nacional.

O avanço tecnológico da pecuária vai promover a cessão de milhões de hectares de pastagens para a agricultura. Considerando que cada hectare adicionado vai resultar em quase dois hectares plantados, dá para imaginar o tamanho do agro nessa próxima década.

Enquanto a turma do agro do hemisfério norte fica fazendo bonecos de neve, nós aqui nos trópicos estaremos plantando uma segunda ou terceira safra.

Por Arno Schneider é engº agrº e pecuarista. ( Mídia News)

Leia outras notícias no portal Mundo Agro Brasil

Relacionadas

Veja também

Produtores rurais, em busca de apoio para superar as dificuldades, se deparam com um decreto injusto que gera preocupação e coloca em risco o setor com a possibilidade de danos irreparáveis
No acumulado do ano, o agronegócio já criou 82,7 mil empregos formais, consolidando-se como uma força vital em regiões estratégicas, como o Centro-Oeste e o Sul do país
Compreender a influência das políticas de comércio no agronegócio é essencial para identificar oportunidades e desafios que afetam o crescimento e a sustentabilidade do setor.